A tecnologia por trás do Drex

O Drex é a versão digital do Real, desenvolvida pelo Banco Central como parte do movimento global de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs). A sigla “Drex” vem de Digital Real + eXpansão, representando o objetivo de ampliar o acesso ao sistema financeiro por meio da tecnologia.

A tecnologia por trás do Drex: como funciona o Real Digital?

A força do Drex está em sua infraestrutura tecnológica avançada, que combina segurança, eficiência e inovação. Ao contrário de criptomoedas como o Bitcoin, o Drex é uma CBDC (moeda digital de banco central), emitida e controlada pelo Banco Central do Brasil, mas usando tecnologias inspiradas no universo cripto.

 1. Distributed Ledger Technology (DLT): A base da confiança digital

O Drex opera sobre uma plataforma DLT, ou tecnologia de registro distribuído, que permite a criação de um livro-razão digital compartilhado entre participantes autorizados.

O DLT utilizado no projeto-piloto do Drex é baseado na plataforma Hyperledger Besu, uma implementação corporativa do Ethereum. Isso significa que o Drex:

  • Utiliza nós de validação autorizados (permissionados).

  • Tem controle centralizado, mas com execução descentralizada.

  • Garante transparência das operações, sem abrir mão da privacidade.

 2. Contratos inteligentes: automação do sistema financeiro

O Drex incorpora smart contracts (contratos inteligentes) para permitir a programabilidade do dinheiro. Isso possibilita a criação de transações automáticas com lógica condicional pré-definida.

Exemplos práticos:

  • Pagamento de parcelas programadas.

  • Execução automática de garantias.

  • Transferência de valores entre carteiras vinculadas a eventos (como entrega de produtos ou cumprimento de metas).

Os contratos inteligentes no Drex seguem padrões do Ethereum Virtual Machine (EVM), mas com controle regulatório, garantindo que apenas códigos auditados possam operar no ecossistema.

 3. Tokenização de ativos: do real ao digital

Um dos diferenciais tecnológicos do Drex é sua capacidade de tokenizar ativos reais. A tokenização permite transformar bens físicos e financeiros (como imóveis, automóveis ou ações) em tokens digitais transacionáveis na rede Drex.

Com isso, será possível:

  • Comprar frações de ativos com o Real Digital.

  • Reduzir barreiras de entrada para pequenos investidores.

  • Garantir liquidez, rastreabilidade e segurança na negociação desses ativos.

Essa funcionalidade abre caminho para um mercado secundário digitalizado, transparente e acessível.

 4. Segurança e privacidade: criptografia de ponta

A estrutura do Drex adota múltiplas camadas de segurança, entre elas:

  • Criptografia assimétrica para proteger dados sensíveis.

  • Autenticação forte de usuários e instituições.

  • Auditoria contínua da rede por entidades autorizadas.

Diferente das blockchains públicas, o Drex não é completamente anônimo, pois a identidade dos usuários está vinculada a instituições financeiras participantes. Isso garante rastreabilidade e compliance com normas do Banco Central

 5. Interoperabilidade com Pix e sistema financeiro

O Drex será integrado ao Sistema Financeiro Nacional e interoperável com o Pix, criando um ecossistema fluido entre contas tradicionais, carteiras digitais e serviços inovadores baseados em blockchain.

Essa interoperabilidade permitirá:

  • Transações entre Drex e contas bancárias comuns.

  • Migração automática de valores entre diferentes plataformas.

  • Inovação em serviços financeiros híbridos.

O Drex como infraestrutura digital do futuro

Mais do que uma moeda digital, o Drex representa uma revolução tecnológica no sistema financeiro. Ao adotar tecnologias como DLT, contratos inteligentes e tokenização, o Banco Central está preparando o Brasil para uma nova era econômica — mais inclusiva, programável e eficiente.

Empresas de tecnologia, fintechs e desenvolvedores devem acompanhar de perto essa transformação, pois o Drex poderá se tornar uma infraestrutura nacional para aplicações descentralizadas reguladas (RegDeFi).

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Tecnologia do Biticoin

O Bitcoin é uma moeda digital descentralizada, criada em 2009 por uma pessoa (ou grupo) sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto. Seu objetivo é permitir transações financeiras diretas, sem intermediários (como bancos), usando tecnologia peer-to-peer.

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